segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Behindo Blue Eyes pt2

Ainda por cima era odiado por muitos e, por mais que tentasse negar, aquilo o entristecia, diferentemente do seu "eu adolescente" que nunca se importava com o que pensavam dele. Tentara mudar, mas os acontecimentos não permitiram que ele se tornasse uma pessoa melhor. O que mais poderia fazer se não o haviam dado chances para mostrar o verdadeiro Jake que em seu interior habitava? Somente aquela garota o havia conhecido a fundo. Por isso nunca a esqueceria. Mesmo que nunca mais pudesse ver seus meigos olhos cheios sempre de tanta ternura.
Percebeu que não conseguiria dormir mais uma vez. Antes fosse pelas preocupações do trabalho. Não era. Seu pior tormento era as lembranças que pareciam tão presentes que chegavam a lhe tirar o sono. Levantou-se e foi até a janela aberta por onde uma leve brisa entrava refrescando seu rosto. A lua estava exatamente igual ao dia que foi embora e viu seu grande amor implorar para que ficasse, para que tivesse força. Ela parecia pedir demais. E pela primeira vez ele havia chorado. Não fora pela morte de sua mãe e nem pela prisão de seu pai. Fora pela dor tão forte de ter que deixa-la e saber que ela teria braços consoladores para conforta-la. Braços do seu grande inimigo. Robert Pants.

"But my dreams they aren’t as empty
Mas meus sonhos não são tão vazios
As my conscious seems to be
Como meu consciente parece ser
I have hours, only lonely
Eu passo horas sozinho
My love is vengeance
Meu amor é vingança
That’s never free
Que nunca se liberta"

Seu coração parecia parar de bater a cada vez que lembrava daquele dia tão doloroso. Era como morrer ao poucos. A lua parecia refletir a sua melancolia. Debruçou-se no parapeito da janela. Se fosse um pouco mais alto poderia se jogar numa tentativa de que aquele arrependimento desaparecesse.
Queria, no fundo, voltar até lá, mesmo que depois de tanto tempo, e comprovar com seus próprios olhos se suas suspeitas estavam certas. Confirmar se ela realmente havia finalmente aceitado os pedidos de Robert. Contudo, não tinha coragem. Vê-la com ele seria a pior coisa de sua vida. Puxou a cortina com toda sua força procurando descontar sua raiva em algo. A jogou para longe. Desejava que pudesse fazer o mesmo com sua covardia.
-EU TE ODEIO JOLLIE COUSEM!!! –gritou o mais alto que pôde com o intuito de que, talvez, sua voz atravessasse o oceano e chegasse nos ouvidos dela com a ajuda do vento.

"No one knows what its like
Ninguém sabe como é
To feel these feelings
Sentir estes sentimentos
Like I do, and I blame you!
Como eu sinto e eu culpo você!"

Sentou-se no chão se recostando na parede. Estava sendo hipócrita. Dizia que a odiava quando na verdade odiava a si mesmo. Ela pedira para ele enfrentar todos as dificuldades, incluindo a família dela, para que pudessem ficar juntos. Ele não aceitou. Mesmo sabendo que depois daquele encontro no lago em seu último ano, onde puderam conversar sozinhos pela primeira vez, nada seria o mesmo. Ela o dera uma chance. E ele, pela primeira vez, pôde mostrar o que sentia. Contudo, ele não conseguira enfrentar a rejeição dos Cousem, talvez o pior fora ouvir de Ron e seus amigos que ele nunca iria ficar com Jollie, e que a ruiva logo o deixaria para ficar com Robert, que sempre fora seu grande amor. Deveria ter ignorado todas as barreiras para lutar por ela. Mas, na época, estava tão confuso, tão frágil. Tudo parecia tentar acabar com suas forças.

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